Pr . Gênesis Silva Costa |
Jesus, ao iniciar e organizar o seu ministério, subiu em um monte, à beira do Mar da Galiléia, e proferiu um sermão que constituiu as leis do seu reino (Mt 5,6 e 7). Ao finalizar todo o ensinamento disse: “ todo aquele, pois que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína” ( Mt 7.24-27). Se observamos os ensinamentos dos apóstolos perceberemos que eles se fundamentaram no Sermão do
Monte.
Analisemos o que Paulo escreveu aos Romanos capítulo 14.1-10. Nesta Seção discute as atitudes que dois tipos de cristãos têm um para com o outro. Quanto ás questões cerimoniais - alimentos, guarda de dias; os cristãos mais amadurecidos, no tempo de Paulo, compreendiam que tais coisas não eram importantes. Os cristãos mais fracos, que ainda não tinham um padrão de consciência firme e “precisavam de um apoio”, sentiam-se grandemente perturbados com o modo de agir do irmão mais forte.
Diz-se que a consciência é forte quando tem um padrão de julgamento sadio, e fraca se tem um padrão inferior.
Creio que precisamos examinar as Escrituras e ensiná-la ao povo de Deus para edificarmos a fé dele exclusivamente no que diz a Palavra de Deus e, como nos ensina a hermenêutica: “examinar as Escrituras para conhecermos a verdade e não interpretarmos as Escrituras para estabelecermos a verdade a nosso arbítrio”.
Querido colega, lembre-se que daremos contas a Deus por tudo que estamos ensinando ao rebanho do Senhor, como alertou Tiago: “Meus irmãos, não vos torneis muitos de vós mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” (Tg 3.1).
“PORÉM, CADA UM VEJA COMO EDIFICA...”
I Co 3.10-16
“DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO À LUZ DA BÍBLIA”
Devido tratar-se de um assunto de alto nível de seriedade e ainda ser um dos pontos mais questionados do Estatuto e Regimento Interno do ministério, resolvemos incluir neste manual o estudo sobre o Divórcio e novo casamento sobre o qual fundamenta-se a tomada de posição da Igreja em São Miguel Paulista.
Como tratar em nossa Igreja hoje desse assunto tão complexo? Vamos analisar o texto que tem gerado a controvérsia no meio evangélico: Mateus 19.3-12.
Verso 3: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?”
Havia duas escolas de pensamentos lideradas por dois rabinos, Hiliel e Shamai. Um dizia que o homem poderia repudiar sua mulher por qualquer motivo (Hiliel). A outra só permitia em caso de adultério, concedendo à parte inocente o direito de casar-se novamente (Shamai).
A consulta dos fariseus, acima, tinha por objetivo conhecer qual das duas escolas Jesus adotaria em seu ministério. Que decepção para eles, pois Jesus não aceitou nenhuma delas, e chamou atenção para o que Deus fez, ao formar o homem e a mulher e promover o casamento deles: “...o que Deu ajuntou não separe o homem”. Deus instituiu o casamento indissolúvel. Só a morte poderá separá-los. O homem criou o divórcio.
Versos 7,8: Os fariseus argumentaram: “por que mandou Moisés dar carta de divórcio e repudiar?” Jesus respondeu: “por causa da dureza do vosso coração...no princípio não foi assim”.
Dureza do coração. Talvez alguém argumente que ainda temos corações duros, por conseguinte devemos manter o divórcio em nossas Igrejas.
Cabe-nos esclarecer que o coração duro pertence à velha natureza, como lemos na carta de Paulo aos Efésios 4. 17-20: “Isto portanto, digo, e no Senhor testifico, que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza dos seus corações, os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo”.
Em Ezequiel 36. 26,27, Deus promete corações novos de carne, tirando o coração de pedra, colocando o Espírito para andarmos nos seus Estatutos, guardar os juízos e observá-los. E como descreveu Paulo: “se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Outro argumento de alguns é que Jesus estabeleceu a exceção em caso de relações sexuais ilícitas (Mt 19.9). Registro de Mateus que Marcos, Lucas e Paulo não mencionam. Por quê?
Segundo se sabe, cada evangelista tinha como destinatário um povo com costumes e culturas diferentes, e cada um deles tomou o cuidado de alcançá-los sem melindrar seus costumes, hábitos e crenças; doutra forma eles não alcançariam seus objetivos. Haja vista o fato de Mateus usar preferencialmente a expressão “Reino dos Céus”, devido os judeus evitarem citar o nome de Deus, com base no mandamento: “não tomarás o Nome do Senhor em vão”, salvo em casos excepcionais, e citar apenas quatro vezes “Reino de Deus”; enquanto Marcos usou tal expressão quatorze vezes e Lucas trinta e duas vezes, pois tinham destinatários menos rígidos, neste sentido.
Mateus, por exemplo, que escreveu para os judeus que diziam guardar a lei de Moisés, por esse motivo entenderiam bem o que Jesus se referia ao citar Mateus 19.9, que era de acordo com Dt 24.1, em caso da situação prevista em Dt 22.13-30.
Para esclarecer melhor o leitor, os casamentos judaicos aconteciam sem que eles se ajuntassem de fato, como registra o editor Walter A. Elwell, em sua Enciclopédia Histórico-Teológica na seção que trata do “noivado judaico”, que normalmente durava um ano e cita como referência Mateus 1.18, (José e Maria) em sua pág. 238.
Pr . Gênesis Silva Costa
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