Samaria é o nome histórico e bíblico de uma região montanhosa do Oriente Médio, constituída pelo antigo reino de Israel, situado em torno de sua antiga capital, Samaria, e rival do vizinho reino do sul, o reino de Judá. Atualmente situa-se entre os territórios da Cisjordânia e de Israel. A cidade de Samaria foi tomada pelos assírios em aproximadamente 722 a.C.
A província da Samaria compreendia primeiramente todo o território ocupado pelas dez tribos revoltadas, as quais se reuniram sob o governo de Jeroboão. Estendia-se desde Betel até Dã, e desde o mar Mediterrâneo até à Síria e Amom. Este território foi diminuído pela inclusão das tribos de Simeão e Dã no reino de Judá - pelas conquistas de Hazael (2 Rs 10.32), de Pul e Tiglate-Pileser (2 Rs 15.29 - 1 Cr 5.26), e finalmente pelas vitórias de Salmaneser (2 Rs 17.5,6).
Depois deste último foi Samaria terra de completa desolação (2 Rs 17.23 - 21.13), sendo depois repovoada por estrangeiros durante os anos do cativeiro (2 Rs 17.24 - Ed 4.10).
A cidade de Samaria, capital das dez tribos, era uma praça forte, semelhante à de Jerusalém. Estava situada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo, ao oriente da planície de Sarom, no alto de um monte oblongo, alcantilado de uma parte, e facilmente protegido pela outra.
Foi edificada por Omri, rei de Israel, que comprou o monte de Samaria a Semer por dois talentos de prata (1 Rs 16.24). os reis empreenderam muitas obras na cidade de Samaria para a tornarem forte, bela, e rica. Acabe construiu uma casa de marfim (1 Rs 22.39) - e o profeta Amós descreve a cidade como sendo a sede do luxo e efeminação (Am 3.15 - 4.1,2).
A vida de Acabe e a sua morte, e também o culto a Baal, acham-se relacionados com a cidade de Samaria (1 Rs 16.32 - 22.38 - 2 Rs 10.1 a 28 - 2 Cr 18). Foi ali que, o profeta Eliseu exerceu o seu ministério (2 Rs 5 - 6.1 a 20 - 7). Por duas vezes foi cercada a cidade de Samaria, mas sem resultado, pelos sírios (1 Rs 20.1 a 34 - 2 Rs 6.24 - 7.20), sendo tomada mais tarde, depois de um cerco de três anos.
O assédio, principiado por Salmaneser IV, foi concluído por Sargom no ano 722 a.C. (2 Rs 17.5,6). Os habitantes sofreram horrivelmente durante esse tempo, e esses sofrimentos acham-se descritos por Oséias (10.4,8,9) - e Miquéias (1.6) diz que a cidade foi reduzida a um montão de pedras.
Subjugada a cidade, mandou Sargom os seus habitantes para longe, estabelecendo-os em sítios que ficavam muito longe do país de Israel. Em conformidade com a política dos conquistadores da antigüidade, Sargom e, mais tarde, Esar-Hadom, repovoaram Samaria com gente da Babilônia, de Cuta, e de outras províncias longínquas, sendo o seu fim certamente destruir os sentimentos nacionais entre os povos conquistados (2 Rs 17.24 - Rd 4.2).
Os cutitas reedificaram até certo ponto a destruída cidade, e, quando os judeus voltaram do seu cativeiro, foi ali residir um certo número deles com suas mulheres estrangeiras (Ed 4.17 - Ne 4.2). Samaria assim continuou, sem grandes mudanças, até que Aulo Gabínio, enviado de Pompeu, a reedificou no ano 60, mais ou menos.
Permaneceu ainda como lugar insignificante até que Herodes a mandou novamente edificar, adquirindo essa cidade um esplendor ainda maior do que o de outros tempos, recebendo, então, o nome de Sebasta, que quer dizer Augusta, segundo o nome do imperador romano.
Por vontade de Herodes foi aquela antiga povoação convertida em cidadela, maior do que tinha sido em qualquer tempo, e para mais a embelezar mandou aquele rei construir um magnífico templo, do qual apenas se podem ver hoje algumas ordens de arruinadas colunas. Estas ruínas acham-se na parte exterior da atual pequena vila de Sebastieh, que representa hoje a antiga capital dos reis de Israel.
Depende da presença ou da ausência do artigo grego, em At 8.5, o ser ou não ser a cidade de Samaria mencionada no N.T. Herodes morreu no ano 4 (a.C.), quando a Samaria fazia parte dos domínios de seu filho Arquelau. Segundo a tradição, foi João Batista sepultado em Sebasta, e como prova desse fato se mostram as ruínas de uma igreja com o nome do pregador do deserto.
A província de Samaria, nos tempos do Novo Testamento, estava situada entre a Judéia e a Galiléia (Lc 17.11) - era limitada ao norte pela série de montes que formam o limite meridional da planície de Esdrelom e ao sul pela fronteira setentrional de Benjamim. Foi atravessada por Jesus Cristo (Jo 4.4 a 43), e em parte muito cedo recebeu a luz do Evangelho (At 8.5 a 25).
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A rivalidade entre Judeus e Samaritanos não se devia apenas às diferenças políticas, culturais ou raciais. A religião era o que mais os dividia, pois os Samaritanos não prestavam culto em Jerusálem. Aliás, construíram mesmo um templo rival ao de Salomão, no Monte Garizim, local onde acreditam que teria ocorrido o sacrifício (que não chegou a consumar-se) de Isaac. A sua religião é um misto de judaísmo com crenças pagãs da Mesopotâmia. Apenas reconhecem como sagrados os livros do Pentateuco (Génesis, Êxodo, Números, Deuteronómio e Levítico), ou seja, a história dos Patriarcas e os livros da Lei de Moisés. Observam o sábado e praticam sacrifícios rituais.
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