Platão nasceu em Atenas no ano 427 a. C. e morreu em 347 a.C. Foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. Era filho de uma nobre família ateniense e seu nome verdadeiro era Arístocles. Seu apelido de Platão foi devido à sua constituição física e significa “ombros largos”.
Após a morte do seu mestre Sócrates, Platão fez muitas viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões. Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola de filosofia, nos jardins construídos pelo seu amigo Academus, o que deu à escola o nome de Academia.
É uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo Ocidental. Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das sombras da verdadeira realidade, e através deles só conseguimos ter opiniões, um conhecimento imperfeito das coisas. O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, que é a arte de colocar à prova todo conhecimento adquirido, purificando-o de toda imperfeição para atingir a verdade. Cada opinião emitida é questionada até que se chegue à verdade.
Para Platão, o verdadeiro conhecimento está no mundo das Idéias. Um de seus textos mais interessantes é a Alegoria da Caverna. Nesse texto Platão faz uma tentativa de explicar a condição do filósofo, ou seja, o papel daquele que busca levar os seus companheiros ao conhecimento da verdade. Platão descreve que; há homens presos, desde meninos, por correntes nos pés e no pescoço, com o rosto voltado para o fundo da Caverna. Próximo à entrada da caverna desfila-se com muitos objetos diferentes, cujas sombras são projetadas pela luz do Sol na parede do fundo. Os prisioneiros contemplam as sombras, pensando tratar-se da realidade, pois é a única que conhecem. Um dos prisioneiros consegue escapar, e, voltando-se para a entrada da caverna, num primeiro momento tem sua vista ofuscada pela luz intensa, mas aos poucos ele se acostuma e começa a descobrir que a realidade é bem diferente daquela que ele conheceu a vida toda, por meio das sombras. Esse homem se compadece dos companheiros da prisão e volta para lhes anunciar aquilo que contemplara. Ele é chamado de louco e é morto pelos companheiros.
Após a morte do seu mestre Sócrates, Platão fez muitas viagens, ampliando sua cultura e suas reflexões. Por volta de 387 a.C., Platão fundou sua própria escola de filosofia, nos jardins construídos pelo seu amigo Academus, o que deu à escola o nome de Academia.
É uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo Ocidental. Segundo Platão, os sentidos só podem nos fornecer o conhecimento das sombras da verdadeira realidade, e através deles só conseguimos ter opiniões, um conhecimento imperfeito das coisas. O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, que é a arte de colocar à prova todo conhecimento adquirido, purificando-o de toda imperfeição para atingir a verdade. Cada opinião emitida é questionada até que se chegue à verdade.
Para Platão, o verdadeiro conhecimento está no mundo das Idéias. Um de seus textos mais interessantes é a Alegoria da Caverna. Nesse texto Platão faz uma tentativa de explicar a condição do filósofo, ou seja, o papel daquele que busca levar os seus companheiros ao conhecimento da verdade. Platão descreve que; há homens presos, desde meninos, por correntes nos pés e no pescoço, com o rosto voltado para o fundo da Caverna. Próximo à entrada da caverna desfila-se com muitos objetos diferentes, cujas sombras são projetadas pela luz do Sol na parede do fundo. Os prisioneiros contemplam as sombras, pensando tratar-se da realidade, pois é a única que conhecem. Um dos prisioneiros consegue escapar, e, voltando-se para a entrada da caverna, num primeiro momento tem sua vista ofuscada pela luz intensa, mas aos poucos ele se acostuma e começa a descobrir que a realidade é bem diferente daquela que ele conheceu a vida toda, por meio das sombras. Esse homem se compadece dos companheiros da prisão e volta para lhes anunciar aquilo que contemplara. Ele é chamado de louco e é morto pelos companheiros.
Essa alegoria pode ser interpretada assim:
Prisioneiros: todos nós
Caverna: nosso mundo sensível
Sombras: conhecimento conquistado pelos sentidos
O mundo iluminado pelo sol: mundo das idéias puras e perfeitas.
O homem que descobre a verdade: Platão parece estar se referindo a Sócrates que foi condenado à morte por ter se preocupado em conhecer e ensinar a verdade.
Platão escreveu quase toda sua obra na forma de diálogos. A República é uma de suas principais obras. Divide-se em 10 livros. É um dos mais importantes tratados de Ciência Política, Teoria do Estado e Educação onde idealizou um Estado dividido em três classes principais.
Principais lemas de Platão: "Só quem sabe Geometria pode entrar na Academia"
Pensamento político: "Cada um deve atender as necessidades da cidade naquilo pelo qual a sua natureza esteja mais dotada".
Phaedo (Platão)
The Greek Philosopher, Socrates, was sentenced to death by the court having been unjustly accused of corrupting the youth and of not worshipping some of the Greek polis Goddesses (polis-state, society in which one lives). By the Greek method of execution, those condemned to death drank hemlock, a poison that paralyses the whole body until asphyxiation occurs. The sentence was carried out after sunset. During the last day of his life, waiting for the sun to fall below the horizon, Socrates puts forth his last words to the friends and disciples who have come to see him this dramatic afternoon in prison.
This dialogue yields the beliefs of the philosopher in the immortality of the soul. Phaedo is one of the four dialogues of Plato that relate to the condemnation of Socrates (the other three are: Crito, Euthyphro and the Apology of Socrates). Phaedo is the most interesting and the most important of them all because it exposes the beliefs of the philosopher; it is an apologia of his own philosophy and tells the last words of Socrates said in his last day in the gaol, before drinking the hemlock. Socrates, in this dialogue, presents his theory of metempsychosis, the belief in the reincarnation of the soul. While alive, the soul must fight against the pleasures and vices of the body in which it is condemned to live and from which it wishes to free itself. This release is obtained through the search for knowledge and through dialectical effort towards good and justice. A philosopher takes care of his soul because it frees him of earthly goods; he lives for wisdom and practises good. The belief in immortality of the soul is demonstrated in the work by four arguments: the Argument from Incompatibility of Opposites, the Argument from Recollection (to know is no more than to remember), the Argument from Simplicity and the Argument from Generation of Opposites.
Crítica ao Teatro e a Homero como Educador
por Miguel Duclós
No início do livro X da República, Platão classifica a poesia e a pintura como imitação (mimesis), no interior de sua teoria acerca de uma cidade perfeita, imaginada de forma a ser justa. Platão diz que os poetas, como imitadores, não tem conhecimento sobre aquilo que imitam, e fazem uma brincadeira sem seriedade. A poesia e a pintura, para o autor, estão três pontos afastadas da realidade.
O tema central de A República é a justiça, se ela existe por si, ou se é relativa, como queria o sofista Trasímaco no livro I. O argumento do livro se desenrola quando Sócrates e os irmãos de Platão, Glauco e Adimanto, se propõe a imaginar uma cidade ideal, onde haveria justiça. Ao contrário dos diálogos de juventude de Platão, chamados aporéticos, A República oferece soluções e definições para os problemas tratados, no decorrer da exposição de Sócrates sobre a doutrina das Formas (ou Idéias). Em 351 a, por exemplo a justiça é definida como sabedoria e virtude, e em 540 e, o mais alto e necessário dos bens. Para entender a significação deste, porém, teríamos de discorrer sobre toda a formulação platônica acerca da areté (virtude), que é parte da temática central de sua obra e ponto importantíssimo de todo pensamento grego. Obviamente, tais almejos não cabem aqui.
Pelo fato de o livro I de A República tratar do tema da justiça de uma forma aporética (ou seja, sem solução), alguns comentadores quiseram que esta parte do tratado fosse tomada como um diálogo à parte, feito na juventude de Platão. Tais diálogos, como o Lísis, o Mênon, o Cármides e Lacques, também falhavam ao tentar a definição universal para outras virtudes, respectivamente a amizade, a virtude mesma, a temperança e a coragem.
No livro I, a exemplo do que ocorrer nos diálogos acima citados, Sócrates através do questionamento das hipóteses falsas, também recusa uma série de opiniões de seus convivas, a saber "a justiça é restituir a cada um o que se tomou, dar a cada um o que se lhe deve, e a justiça é o interesse do mais forte".
No tratamento da solução da questão se a justiça é intrinsecamente boa, se existe por si, surge no interior do diálogo o não menos importante tema da educação. É necessário conjeturar qual seria a melhor formação para incentivar cidadãos justos, visto que a justiça pertence a toda a cidade. Assim, há uma passagem do indivíduo para a cidade na medida em que vendo o surgimento da cidade, veria-se também aonde nasce nela a injustiça. Platão diz que as cidades nascem da associação de indivíduos que executam tarefas diferentes e complementares. Cada indivíduo deve praticar uma arte, de acordo com as suas inclinações naturais. (Há que se lembrar aqui o mito de Prometeu e Epimeteu no Protágoras, que expõe a opinião do sofista de que a justiça, ao contrários dos demais saberes e artes, foi distribuída pelos deuses de forma equânime, para que possam a sociedade ocorrer e os homens não se matarem uns aos outros). Só para concluir esta nota inicial, gostaria de lembrar que a importância de Platão, e mais especificamente da República no ensino e na educação são monumentais. Partindo de uma crítica à educação até então feita com base em Homero (como nos conta Xenofonte), Platão criou uma espécie de centro de estudos superiores, a Academia, que junto com o Liceu de Aristóteles ditaram por muito tempo a maior parte do saber científico ocidental. A se somar a isso temos o tratamento igualitário dado por Platão à educação das mulheres. Graças à República, as mulheres puderam ir na escola e o ensino público, sustentado pelo estado, foi instituído.
Mas no texto, que procura analisar o trecho da República que vai de 602c – 605c iremos tratar basicamente da questão das partes da alma, e a qual parte da alma os espetáculos se dirigem. Para isso, é necessário recorrer ao livro IV, aonde Platão primeiramente trata o assunto. O livro IV apresenta três partes da alma, a parte concupiscível, a parte irascível, e a parte racional. A parte dos apetites é o que faz o homem obedecer, é mesmo o maior elemento da alma humana. É ela que obriga a pessoa a beber, se tem sede, comer, se tem fome, desesperar-se, se tem medo. A parte racional é a parte superior da alma, que deve ser responsável pelo comando e pelo cálculo, e pelo homem agüentar firme a imposição das paixões, desejos e apetites. Platão diz que muitos não chegam a alcançar a razão, e outros só o fazem em idade avançada. A parte irascível, se não foi corrompida por uma má educação, pode ajudar a razão a governar, e assisti-la. A ira é inicialmente posta por Glaucon no meio da parte concupiscível, mas Sócrates observa que muitas vezes ela vai contra os desejos, como quando uma pessoa suporta a fome e o sede pois se sente vítima da injustiça. As paixões são contrárias à razão, e muitas vezes quando elas nos forçam a fazer algo contra a razão, o homem censura a si mesmo, se irritando e lutando contra aquilo. Assim sendo, o elemento irascível pode ser positivo se aliado à razão, como um Pastor e seu cão. Platão observa que as crianças já nascem cheias de irascibilidade, mas se a razão conduz e controla, a cólera é legítima. A educação pela música e a ginástica harmoniza estas partes.
As três partes da alma estariam presentes nos indivíduos e na cidade. A cólera e a razão, unidas, devem dominar o elemento concupiscível, que geralmente, é a maior parte da alma. O elemento concupiscível é o responsável pelo insaciabilidade de riquezas e prazeres corporais. Quando ele está dominando o indivíduo, diz-se que a pessoa é escrava de si. Quando o elemento racional, que é o melhor, está dominando, diz-se que a pessoa é senhora de si. estes ditados grosseiros, para Platão, são vestígios da virtude na fala comum.
A parte racional deve deliberar, e a irascível obedecer as ordens com coragem. A razão estaria presente em maior grau no guardião, a parte irascível nos guerreiros. Lembrando que existem três castas na cidade de Platão, a dos artífices, a dos guerreiros e a dos guardiões. Aqui é necessário fazer uma pequena regressão para entender o tema da virtude e sua relação com cada casta da cidade. Na República, são quatro as virtudes cardeais: sabedoria, coragem, temperança e justiça. A cidade perfeita de Platão, para ser boa, necessita apresentar estas quatro virtudes. Vejamos cada uma delas.
O sábio é aquele que, por causa da ciência, pondera bem. Mas não é qualquer ciência a dos sábios, como a do marceneiro, agricultor, ou carpinteiro. Na cidade de Platão, a ciência do sábio é a da vigilância, da presidência e chefia, e esta só se encontra na última casta, a dos guardiões. (428e) Sendo assim, a virtude da sabedoria é algo que ocorre raramente, pois os guardiões são em número resumidíssimo. Os guardiões são aqueles que passaram por sucessivos testes ao longo da vida, sendo cada vez mais selecionados, só chegando a ocupar seu posto na maturidade.
A coragem é uma virtude, para Sócrates, que se alcança através da educação. Um animal ou bárbaro que apresente bravura numa luta não é corajoso. Pois é por meio da educação que se conserva a coragem mesmo diante de todas as vicissitudes, e consegue-se manter uma opinião legítima do que se deve ou não recear, mesmo em meio aos desgostos, prazeres, desejos e temores. A coragem se encontraria principalmente na segunda casta, a dos guerreiros.
A temperança, é uma ordenação, o domínio dos desejos e prazeres. Estes, existem em grande número nas crianças, mulheres e escravos, mas os sentimentos moderados, dirigidos pelo raciocínio conjugado com o entendimento, só existem nos de natureza superior, formados pela educação superior. Mas a cidade de Platão, contudo, é temperante por inteira, pois nela a melhor parte governa a pior. A temperança, ao contrário das outras virtudes, existe harmonicamente em toda a sociedade. Ela é a harmonia, a concórdia, entre os naturalmente melhores e os naturalmente piores, que sabem todos quem deve comandar. A temperança existe devido à harmonia entre as partes da alma e da cidade, que concordam que é a razão que deve governar, e não se revoltam contra ela.
Por último, Sócrates trata da justiça, e descobre que já estava tratando dela já há algum tempo. Em Platão é recorrente o tema de uma espécie de predestinação, do indivíduo ter uma inclinação natural por destino. Isto aparece, por exemplo em Mênon, e em Protágoras. Lá se conclui que o indivíduo pode perseguir a virtude, mas em última instância só alcançará a virtude aquele que tiver recebido um bom quinhão da divindade. As moiras, ou parcas, são as deusas responsáveis pela distribuição da parte, da cota de cada um. Elas aparecem no final da República, durante a narração do mito de Er. Esta porção recebida das moiras no momento em que a alma vai voltar para a terra, é em grande grau pelo possível sucesso de cada pessoa ao alcançar a virtude. Estas deusas, tecelãs do destino seriam deusas supremas, as quais até os outros deuses estariam subordinados a elas.
Desde o início do diálogo, Platão havia assentado que cada um deve ocupar uma, e apenas uma função na cidade: aquela pela qual é sua natureza é melhor inclinada. Este foi o motivo, por exemplo, de se fazer um exército com a função exclusiva de guardar a cidade, ao invés de se formar o exército com o corpo de cidadãos quando se faz necessário. Platão acredita que cada pessoa é capaz de exercer bem somente uma profissão de cada vez. Evitar que cada um detenha os bens alheios, e executar sua tarefa adequada, sem se meter na tarefa dos outros, é a justiça. Mas esta divisão severa de tarefas é válida somente enquanto preserva as castas. Ou seja, um carpinteiro, se revelar aptidão, pode perfeitamente fazer o trabalho de um sapateiro, mas se conseguir juntar dinheiro exercendo ambos os ofícios, e por causa disso conseguir ascender de classe, passando para a dos guerreiros, mesmo sendo indigno de tal, isto será uma injustiça, e causa da ruína da cidade.
A justiça diz respeito à uma atividade interna do homem, aquilo que ele verdadeiramente é. A justiça não deve permitir que qualquer uma das partes internas da alma se dedique a tarefas alheias nem que interfiram umas das outras. A justiça consiste em dispor, de acordo com a natureza, os elementos da alma, para serem dominados ou dominar uns aos outros. A injustiça é resultado de uma ação conduzida pela ignorância, que leva à ingerência, à sedição dos elementos da alma, fazendo os elementos da alma governar uns aos outros não de acordo com a natureza. .
No início do livro X de A República, Platão expõe que a mimesis pode representar apenas um aspecto, seja ele frontal ou lateral de um objeto, e nunca o objeto como o todo. Sendo assim, a mimesis está ligada do múltiplo sensível, e não ao ser. É portanto contrária à ciência, pois trata do oposto do que é. Os poetas, segundo Havelock, tinham por função a manutenção das tradições orais. A educação pela poesia visava manter o ethos, entendido como um enunciado lingüístico acerca da lei pública e privada. Platão faz uma analogia entre a atividade mimética dos pintores e os poetas, pois estes tratavam de diversos assuntos diferentes, da virtude e das coisas divinas, sendo mesmo uma enciclopédia tribal. Platão conclui que a mimesis dos poetas é uma imitação de um simulacro da virtude.
Platão procura determinar, então, sobre qual parte do homem a mimesis exerce atração.
Ele verifica que, freqüentemente nossa alma se encontra em confusão, como quando a ilusão da ótica comunica informações contraditórias acerca de objetos idênticos, por exemplo, ao observar um objeto dentro da água e fora dela. ou quando os objetos são distorcidos pela sinuosidade das superfícies coloridas e pela distância.
Mas a parte racional da alma inventou o cálculo, que retifica por meio da medida e do número estas confusões, evitando a contradição. Sendo assim, não é a percepção subjetiva de um objeto parecer ao mesmo tempo maior e menor, mas sim a medida estabelecida que deve prevalecer.
Aqui vemos a visão de Platão de que os sentidos conduzem à ilusão. Platão tira de Heráclito a noção de que todas as coisas sensíveis estão em perpétuo estado de fluxo. Em 602d Sócrates lembra que haviam assentado, já no livro V, que é impossível ter opiniões contrárias acerca do mesmo objeto. Ou seja, para Sócrates não é válido a proposição Heracletiana, exposta no fragmento 49 a, a de que é possível ser e não ser ao mesmo tempo. Também na página 152 a de Teeteto, Platão comenta a famosa afirmação de Protágoras, a de que o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem e da não existência das que não existem. O filósofo explica que acontece, por vezes, de uns sentirem o frio e outros não, sob o mesmo vento. O vento pode ao mesmo tempo ser frio para uns e normal para outros. É contra este tipo de relativismo que Platão diz, no livro X da República que se criaram o cálculo e a medida. A medição, o cálculo e a pesagem são auxiliares preciosos contra a aparência das coisas. É por isso que a aritmética e a geometria ocupa uma central na educação dos cidadãos da República. O cálculo é trabalho do logos, que está na alma. Em 533c, Platão afirma que, eu cito “o método dialético é o único que procede, por meio da destruição das hipóteses, a caminho do autêntico princípio, afim de tornar seguros os seus resultados, e que realmente arrasta aos poucos os olhos da alma da espécie de lodo bárbaro em que está atolado, e eleva-os à altura”. fim da citação É a ascese dialética do espírito que leva à contemplação da Idéia do Bem, idéia suprema que torna o mundo inteligível. O método dialético apreende a essência das coisas.
A atividade poética, quando permite a contradição, faz parte de uma função de uma faculdade da alma que é contrária à ciência, pois se baseia no relato físico, sensível, que é alheio ao número e ao cálculo. Logo, mimesis está ligada à pior parte da alma, a parte das paixões, que não tem em vista nada a de verdadeiro, e só foge ao bom senso. O amante de espetáculos, na interpretação de Havelock, é contrário ao tipo de saber intelectual que Platão ligava ao Ser. Tal como foi definido no livro V, o amante de espetáculo é ligado ao amigo da opinião, philodoxos, que amam imagens e sons belos, mas não sabem o que é a beleza em si. Este estado mental da opinião é um estado intermediário entre a ciência de um lado e a inconsciência de outro. Leva à confusão mental contínua, pois aquele que ama imagens e sons vive fazendo juízos contraditórios acerca da mesma coisa. Na discussão do capítulo V, Platão havia concluído que a alma está cheia de contradições de toda espécie, e elas aparecem com força na poesia mimética, que imita “homens entregues a ações forçadas ou voluntárias, e que em conseqüência de as terem praticado, pensam ser felizes ou infelizes, afligindo-se ou regozijando-se em todas estas circunstâncias” . Na poesia mimética, não o homem está a mercê de suas paixões, ou seja, não é a parte racional que comanda, mas sim a parte concupiscente.
O homem comedido, que tem a razão no comando, suporta desgraças como perder o filho muito melhor do que os outros. Esta continuidade de caráter, que permite aos homens manter um alheamento crítico, é avesso às paixões, e tema constante da filosofia. Cícero, por exemplo, diz em seu diálogo sobre a amizade, que Aquele que, se mostra firme, constante e inflexível, deve ser considerado raro e quase divino.
No Banquete de Platão, em 176c, os companheiros de Sócrates observam que ele é capaz de beber a quantidade de vinho que for sem se embebedar, o que representa bem este domínios dos apetites e do corpo, que seria indispensável para os guardiões. Em 413d da República, por exemplo, os candidatos a guardiões são submetidos a trabalhos, sofrimentos e lutas, e transpostos de terrores a prazeres, para que seja observada as suas reações e ver se eles mudam de opinião facilmente.
Platão prossegue dizendo que uma pessoa luta e resiste mais quando sendo observada do que quando está sozinha, pois quando ela está sozinha pode perfeitamente dizer e fazer coisas que se envergonharia se estivesse na presença de terceiros. Numa situação ruim, o que impele o homem a resistir é a razão e a lei, mesmo que auxiliada pela cólera, e o que o arrasta para a dor é a aflição. O homem deve fazer o que a lei manda, mesmo ante o turbilhão de adversidades e aparências dos sentidos, deve tentar endireitar suas posições e fazer o que a razão manda. Deve acostumar a alma a curar o mais rapidamente possível o que caiu e adoeceu.
A pior parte de nós quer recordar o sofrimento, e gemer sem cessar. Isto é associado com a atitude egocêntrica de uma criança que berra sem parar, e esta parte da alma é irracional, e leva à covardia.
Platão conclui este movimento dizendo que o poeta imitador está sempre a forjar fantasias, a uma enorme distância da verdade.
O tema central de A República é a justiça, se ela existe por si, ou se é relativa, como queria o sofista Trasímaco no livro I. O argumento do livro se desenrola quando Sócrates e os irmãos de Platão, Glauco e Adimanto, se propõe a imaginar uma cidade ideal, onde haveria justiça. Ao contrário dos diálogos de juventude de Platão, chamados aporéticos, A República oferece soluções e definições para os problemas tratados, no decorrer da exposição de Sócrates sobre a doutrina das Formas (ou Idéias). Em 351 a, por exemplo a justiça é definida como sabedoria e virtude, e em 540 e, o mais alto e necessário dos bens. Para entender a significação deste, porém, teríamos de discorrer sobre toda a formulação platônica acerca da areté (virtude), que é parte da temática central de sua obra e ponto importantíssimo de todo pensamento grego. Obviamente, tais almejos não cabem aqui.
Pelo fato de o livro I de A República tratar do tema da justiça de uma forma aporética (ou seja, sem solução), alguns comentadores quiseram que esta parte do tratado fosse tomada como um diálogo à parte, feito na juventude de Platão. Tais diálogos, como o Lísis, o Mênon, o Cármides e Lacques, também falhavam ao tentar a definição universal para outras virtudes, respectivamente a amizade, a virtude mesma, a temperança e a coragem.
No livro I, a exemplo do que ocorrer nos diálogos acima citados, Sócrates através do questionamento das hipóteses falsas, também recusa uma série de opiniões de seus convivas, a saber "a justiça é restituir a cada um o que se tomou, dar a cada um o que se lhe deve, e a justiça é o interesse do mais forte".
No tratamento da solução da questão se a justiça é intrinsecamente boa, se existe por si, surge no interior do diálogo o não menos importante tema da educação. É necessário conjeturar qual seria a melhor formação para incentivar cidadãos justos, visto que a justiça pertence a toda a cidade. Assim, há uma passagem do indivíduo para a cidade na medida em que vendo o surgimento da cidade, veria-se também aonde nasce nela a injustiça. Platão diz que as cidades nascem da associação de indivíduos que executam tarefas diferentes e complementares. Cada indivíduo deve praticar uma arte, de acordo com as suas inclinações naturais. (Há que se lembrar aqui o mito de Prometeu e Epimeteu no Protágoras, que expõe a opinião do sofista de que a justiça, ao contrários dos demais saberes e artes, foi distribuída pelos deuses de forma equânime, para que possam a sociedade ocorrer e os homens não se matarem uns aos outros). Só para concluir esta nota inicial, gostaria de lembrar que a importância de Platão, e mais especificamente da República no ensino e na educação são monumentais. Partindo de uma crítica à educação até então feita com base em Homero (como nos conta Xenofonte), Platão criou uma espécie de centro de estudos superiores, a Academia, que junto com o Liceu de Aristóteles ditaram por muito tempo a maior parte do saber científico ocidental. A se somar a isso temos o tratamento igualitário dado por Platão à educação das mulheres. Graças à República, as mulheres puderam ir na escola e o ensino público, sustentado pelo estado, foi instituído.
Mas no texto, que procura analisar o trecho da República que vai de 602c – 605c iremos tratar basicamente da questão das partes da alma, e a qual parte da alma os espetáculos se dirigem. Para isso, é necessário recorrer ao livro IV, aonde Platão primeiramente trata o assunto. O livro IV apresenta três partes da alma, a parte concupiscível, a parte irascível, e a parte racional. A parte dos apetites é o que faz o homem obedecer, é mesmo o maior elemento da alma humana. É ela que obriga a pessoa a beber, se tem sede, comer, se tem fome, desesperar-se, se tem medo. A parte racional é a parte superior da alma, que deve ser responsável pelo comando e pelo cálculo, e pelo homem agüentar firme a imposição das paixões, desejos e apetites. Platão diz que muitos não chegam a alcançar a razão, e outros só o fazem em idade avançada. A parte irascível, se não foi corrompida por uma má educação, pode ajudar a razão a governar, e assisti-la. A ira é inicialmente posta por Glaucon no meio da parte concupiscível, mas Sócrates observa que muitas vezes ela vai contra os desejos, como quando uma pessoa suporta a fome e o sede pois se sente vítima da injustiça. As paixões são contrárias à razão, e muitas vezes quando elas nos forçam a fazer algo contra a razão, o homem censura a si mesmo, se irritando e lutando contra aquilo. Assim sendo, o elemento irascível pode ser positivo se aliado à razão, como um Pastor e seu cão. Platão observa que as crianças já nascem cheias de irascibilidade, mas se a razão conduz e controla, a cólera é legítima. A educação pela música e a ginástica harmoniza estas partes.
As três partes da alma estariam presentes nos indivíduos e na cidade. A cólera e a razão, unidas, devem dominar o elemento concupiscível, que geralmente, é a maior parte da alma. O elemento concupiscível é o responsável pelo insaciabilidade de riquezas e prazeres corporais. Quando ele está dominando o indivíduo, diz-se que a pessoa é escrava de si. Quando o elemento racional, que é o melhor, está dominando, diz-se que a pessoa é senhora de si. estes ditados grosseiros, para Platão, são vestígios da virtude na fala comum.
A parte racional deve deliberar, e a irascível obedecer as ordens com coragem. A razão estaria presente em maior grau no guardião, a parte irascível nos guerreiros. Lembrando que existem três castas na cidade de Platão, a dos artífices, a dos guerreiros e a dos guardiões. Aqui é necessário fazer uma pequena regressão para entender o tema da virtude e sua relação com cada casta da cidade. Na República, são quatro as virtudes cardeais: sabedoria, coragem, temperança e justiça. A cidade perfeita de Platão, para ser boa, necessita apresentar estas quatro virtudes. Vejamos cada uma delas.
O sábio é aquele que, por causa da ciência, pondera bem. Mas não é qualquer ciência a dos sábios, como a do marceneiro, agricultor, ou carpinteiro. Na cidade de Platão, a ciência do sábio é a da vigilância, da presidência e chefia, e esta só se encontra na última casta, a dos guardiões. (428e) Sendo assim, a virtude da sabedoria é algo que ocorre raramente, pois os guardiões são em número resumidíssimo. Os guardiões são aqueles que passaram por sucessivos testes ao longo da vida, sendo cada vez mais selecionados, só chegando a ocupar seu posto na maturidade.
A coragem é uma virtude, para Sócrates, que se alcança através da educação. Um animal ou bárbaro que apresente bravura numa luta não é corajoso. Pois é por meio da educação que se conserva a coragem mesmo diante de todas as vicissitudes, e consegue-se manter uma opinião legítima do que se deve ou não recear, mesmo em meio aos desgostos, prazeres, desejos e temores. A coragem se encontraria principalmente na segunda casta, a dos guerreiros.
A temperança, é uma ordenação, o domínio dos desejos e prazeres. Estes, existem em grande número nas crianças, mulheres e escravos, mas os sentimentos moderados, dirigidos pelo raciocínio conjugado com o entendimento, só existem nos de natureza superior, formados pela educação superior. Mas a cidade de Platão, contudo, é temperante por inteira, pois nela a melhor parte governa a pior. A temperança, ao contrário das outras virtudes, existe harmonicamente em toda a sociedade. Ela é a harmonia, a concórdia, entre os naturalmente melhores e os naturalmente piores, que sabem todos quem deve comandar. A temperança existe devido à harmonia entre as partes da alma e da cidade, que concordam que é a razão que deve governar, e não se revoltam contra ela.
Por último, Sócrates trata da justiça, e descobre que já estava tratando dela já há algum tempo. Em Platão é recorrente o tema de uma espécie de predestinação, do indivíduo ter uma inclinação natural por destino. Isto aparece, por exemplo em Mênon, e em Protágoras. Lá se conclui que o indivíduo pode perseguir a virtude, mas em última instância só alcançará a virtude aquele que tiver recebido um bom quinhão da divindade. As moiras, ou parcas, são as deusas responsáveis pela distribuição da parte, da cota de cada um. Elas aparecem no final da República, durante a narração do mito de Er. Esta porção recebida das moiras no momento em que a alma vai voltar para a terra, é em grande grau pelo possível sucesso de cada pessoa ao alcançar a virtude. Estas deusas, tecelãs do destino seriam deusas supremas, as quais até os outros deuses estariam subordinados a elas.
Desde o início do diálogo, Platão havia assentado que cada um deve ocupar uma, e apenas uma função na cidade: aquela pela qual é sua natureza é melhor inclinada. Este foi o motivo, por exemplo, de se fazer um exército com a função exclusiva de guardar a cidade, ao invés de se formar o exército com o corpo de cidadãos quando se faz necessário. Platão acredita que cada pessoa é capaz de exercer bem somente uma profissão de cada vez. Evitar que cada um detenha os bens alheios, e executar sua tarefa adequada, sem se meter na tarefa dos outros, é a justiça. Mas esta divisão severa de tarefas é válida somente enquanto preserva as castas. Ou seja, um carpinteiro, se revelar aptidão, pode perfeitamente fazer o trabalho de um sapateiro, mas se conseguir juntar dinheiro exercendo ambos os ofícios, e por causa disso conseguir ascender de classe, passando para a dos guerreiros, mesmo sendo indigno de tal, isto será uma injustiça, e causa da ruína da cidade.
A justiça diz respeito à uma atividade interna do homem, aquilo que ele verdadeiramente é. A justiça não deve permitir que qualquer uma das partes internas da alma se dedique a tarefas alheias nem que interfiram umas das outras. A justiça consiste em dispor, de acordo com a natureza, os elementos da alma, para serem dominados ou dominar uns aos outros. A injustiça é resultado de uma ação conduzida pela ignorância, que leva à ingerência, à sedição dos elementos da alma, fazendo os elementos da alma governar uns aos outros não de acordo com a natureza. .
No início do livro X de A República, Platão expõe que a mimesis pode representar apenas um aspecto, seja ele frontal ou lateral de um objeto, e nunca o objeto como o todo. Sendo assim, a mimesis está ligada do múltiplo sensível, e não ao ser. É portanto contrária à ciência, pois trata do oposto do que é. Os poetas, segundo Havelock, tinham por função a manutenção das tradições orais. A educação pela poesia visava manter o ethos, entendido como um enunciado lingüístico acerca da lei pública e privada. Platão faz uma analogia entre a atividade mimética dos pintores e os poetas, pois estes tratavam de diversos assuntos diferentes, da virtude e das coisas divinas, sendo mesmo uma enciclopédia tribal. Platão conclui que a mimesis dos poetas é uma imitação de um simulacro da virtude.
Platão procura determinar, então, sobre qual parte do homem a mimesis exerce atração.
Ele verifica que, freqüentemente nossa alma se encontra em confusão, como quando a ilusão da ótica comunica informações contraditórias acerca de objetos idênticos, por exemplo, ao observar um objeto dentro da água e fora dela. ou quando os objetos são distorcidos pela sinuosidade das superfícies coloridas e pela distância.
Mas a parte racional da alma inventou o cálculo, que retifica por meio da medida e do número estas confusões, evitando a contradição. Sendo assim, não é a percepção subjetiva de um objeto parecer ao mesmo tempo maior e menor, mas sim a medida estabelecida que deve prevalecer.
Aqui vemos a visão de Platão de que os sentidos conduzem à ilusão. Platão tira de Heráclito a noção de que todas as coisas sensíveis estão em perpétuo estado de fluxo. Em 602d Sócrates lembra que haviam assentado, já no livro V, que é impossível ter opiniões contrárias acerca do mesmo objeto. Ou seja, para Sócrates não é válido a proposição Heracletiana, exposta no fragmento 49 a, a de que é possível ser e não ser ao mesmo tempo. Também na página 152 a de Teeteto, Platão comenta a famosa afirmação de Protágoras, a de que o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem e da não existência das que não existem. O filósofo explica que acontece, por vezes, de uns sentirem o frio e outros não, sob o mesmo vento. O vento pode ao mesmo tempo ser frio para uns e normal para outros. É contra este tipo de relativismo que Platão diz, no livro X da República que se criaram o cálculo e a medida. A medição, o cálculo e a pesagem são auxiliares preciosos contra a aparência das coisas. É por isso que a aritmética e a geometria ocupa uma central na educação dos cidadãos da República. O cálculo é trabalho do logos, que está na alma. Em 533c, Platão afirma que, eu cito “o método dialético é o único que procede, por meio da destruição das hipóteses, a caminho do autêntico princípio, afim de tornar seguros os seus resultados, e que realmente arrasta aos poucos os olhos da alma da espécie de lodo bárbaro em que está atolado, e eleva-os à altura”. fim da citação É a ascese dialética do espírito que leva à contemplação da Idéia do Bem, idéia suprema que torna o mundo inteligível. O método dialético apreende a essência das coisas.
A atividade poética, quando permite a contradição, faz parte de uma função de uma faculdade da alma que é contrária à ciência, pois se baseia no relato físico, sensível, que é alheio ao número e ao cálculo. Logo, mimesis está ligada à pior parte da alma, a parte das paixões, que não tem em vista nada a de verdadeiro, e só foge ao bom senso. O amante de espetáculos, na interpretação de Havelock, é contrário ao tipo de saber intelectual que Platão ligava ao Ser. Tal como foi definido no livro V, o amante de espetáculo é ligado ao amigo da opinião, philodoxos, que amam imagens e sons belos, mas não sabem o que é a beleza em si. Este estado mental da opinião é um estado intermediário entre a ciência de um lado e a inconsciência de outro. Leva à confusão mental contínua, pois aquele que ama imagens e sons vive fazendo juízos contraditórios acerca da mesma coisa. Na discussão do capítulo V, Platão havia concluído que a alma está cheia de contradições de toda espécie, e elas aparecem com força na poesia mimética, que imita “homens entregues a ações forçadas ou voluntárias, e que em conseqüência de as terem praticado, pensam ser felizes ou infelizes, afligindo-se ou regozijando-se em todas estas circunstâncias” . Na poesia mimética, não o homem está a mercê de suas paixões, ou seja, não é a parte racional que comanda, mas sim a parte concupiscente.
O homem comedido, que tem a razão no comando, suporta desgraças como perder o filho muito melhor do que os outros. Esta continuidade de caráter, que permite aos homens manter um alheamento crítico, é avesso às paixões, e tema constante da filosofia. Cícero, por exemplo, diz em seu diálogo sobre a amizade, que Aquele que, se mostra firme, constante e inflexível, deve ser considerado raro e quase divino.
No Banquete de Platão, em 176c, os companheiros de Sócrates observam que ele é capaz de beber a quantidade de vinho que for sem se embebedar, o que representa bem este domínios dos apetites e do corpo, que seria indispensável para os guardiões. Em 413d da República, por exemplo, os candidatos a guardiões são submetidos a trabalhos, sofrimentos e lutas, e transpostos de terrores a prazeres, para que seja observada as suas reações e ver se eles mudam de opinião facilmente.
Platão prossegue dizendo que uma pessoa luta e resiste mais quando sendo observada do que quando está sozinha, pois quando ela está sozinha pode perfeitamente dizer e fazer coisas que se envergonharia se estivesse na presença de terceiros. Numa situação ruim, o que impele o homem a resistir é a razão e a lei, mesmo que auxiliada pela cólera, e o que o arrasta para a dor é a aflição. O homem deve fazer o que a lei manda, mesmo ante o turbilhão de adversidades e aparências dos sentidos, deve tentar endireitar suas posições e fazer o que a razão manda. Deve acostumar a alma a curar o mais rapidamente possível o que caiu e adoeceu.
A pior parte de nós quer recordar o sofrimento, e gemer sem cessar. Isto é associado com a atitude egocêntrica de uma criança que berra sem parar, e esta parte da alma é irracional, e leva à covardia.
Platão conclui este movimento dizendo que o poeta imitador está sempre a forjar fantasias, a uma enorme distância da verdade.
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