Extraido de um texto do músico e autor Ted Andrews - livro Sons Sagrados - Mandarim
Há muito tempo o ritmo faz parte das curas e rituais religiosos. No passado, algumas marcações mais específicas vinham associadas a doutrinas, experiências sobrenaturais e alterações psicológicas. Os instrumentos de percussão servem para despertar a emoção e a conscientização interior. As práticas xamanistas usam o tambor para alterar o estado de consciência e levar ao transe espiritual. Os fieis se concentram no ritmo e acompanham a batida como se fizessem uma viagem mítica interior, buscando alcançar níveis de consciência que em geral são inacessíveis. No xamanismo, o tambor estabelece um tipo de ponte que leva o xamã a entrar em contato com um estado mágico de consciência.
Na prática do curandeirismo, o ritmo (seja o de tambores, chocalhos, sinos ou gongos) pode energizar ou estimular as energias primitivas do homem. Ativam o baço e os chakras básicos do corpo, usando principalmente os instrumentos de percussão. Esses centros estão ligados às funções do sistema circulatório, às glândulas supra-renais e às forças essenciais da vida, que são os centros da sexualidade - expressão física da dinâmica vitalidade espiritual.
O voduísmo (religião do Haiti) não procura disfarçar ou encobrir o uso de tambores no estímulo de determinadas energias. Seus rituais são usados para bloquear a mente racional, ativar a energia sexual e induzir ao transe. A batida incessante do tambor leva a uma ressonância forçada com a energia.
Os ritmos estimulam a energia física. A percussão pode ser um meio de aumentar o fluxo sanguíneo do corpo, acelerar ou diminuir o batimento cardíaco e afetar os órgãos ligados ao coração. portanto, seria impossível pensar num antigo xamã, curandeiro ou feiticeiro sem um tambor ou qualquer outro instrumento de percussão. dependendo do sincopado, marcações ou pausas rítmicas, conseguiam atingir certos estados psicológicos. Nas lendas xamanistas os tambores são usados para estabelecer sintonia entre a audiência e a freqüência energética da história.
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