As Igrejas da Obra de Restauração, após a Ceia, realizam a cerimônia do Lava Pés como elemento pós-Ceia. A forma em pauta é bíblica, pois Jesus Lavou os pés dos discípulos após participarem da Ceia. João registra esse evento no seu Evangelho no Capítulo 13. Ao longo dos anos o capítulo 13 do Evangelho de João tem sido alvo de muitas discussões. Alguns teólogos consideram apenas o sentido simbólico do texto, enfatizando apenas que Jesus queria mostrar aos seus discípulos sua personalidade humilde, ou seja, todos os seus discípulos deveriam ser humildes e simples assim como Ele era. Contudo, algo de mais profundo e tremendo compreenderemos se considerarmos o texto dentro de seu contexto Bíblico Teológico, levando em consideração os pontos específicos que tornam o Lava Pés como um elemento pós-ceia: “E, acabada a ceia..” (João. 13. 2).
Obedecendo literalmente, a admoestação de Jesus
A informação que extraímos de nossa pesquisa Bíblica é que a Igreja primitiva seguiu literalmente o exemplo de Jesus. Esta comunhão de Jesus e os seus discípulos foi um ponto de partida para que toda Igreja um pouco mais tarde, viesse a praticar o lava pés como uma ordenança de Jesus. Um exemplo considerável podemos ver em 1 Tm. 5.10. O apóstolo Paulo, uns dos principais defensores dos ensinos de Jesus, declarou definitivamente que as viúvas da Igreja não deveriam ser sustentadas pela Igreja local sem que preenchessem alguns requisitos específicos e necessários. Nesta relação de Paulo, encontramos uma declaração que obstrui qualquer argumento que venha combater contra este ensino: “Se lavou os pés aos Santos”. O Lavar os pés aparece nesta relação como um dos parâmetros necessários para o cadastramento das viúvas da Igreja primitiva, frustrando assim a idéia de serem apenas “demonstrações” de amor e humildade.
Não era um “Costume”
Ouvimos muito dizer que o lavar os pés era um “costume” do povo Judeu. Na realidade, desde os tempos primórdios a Bíblia faz menções de alguns versículos onde o lavar os pés era um gesto em que a pessoa estava sendo bem aceita (Gn. 24:32 – 1 Sm. 25.41). Nestas passagens o lava pé não é apresentado como um elemento da ceia, mas verdadeiramente como um costume do povo Hebreu. Para compreendermos que o lava-pés empregado em João 13 é uma ordenança tornando o mesmo como um elemento inerente ao pão e o vinho, basta analisarmos com ética e coerência a declaração de Pedro no versículo 8: “…nunca me lavarás os pés…” ora, se era um costume, por que não lavar?!, Isto é, se era verdadeiramente um ato costumeiro Pedro jamais teria agido de forma tão perplexa, pois já estava acostumado lavar os pés de Jesus. Na verdade, Jesus estava a partir daquela ceia, estabelecendo uma ordenança praticável e não só para aquele momento. Vers. 14-15.
A Teoria dos “seguidores de Cristo”
Existe ainda um grupo denominado: “seguidores de Cristo”. Este grupo organizado em 1996 com sua sede principal no Rio de Janeiro, principalmente na cidade de São Gonçalo, é autor da teoria do sacrifício que entende que o lava-pés é um preparo para a “aflição em nome de Jesus”. Ao lavar os pés, os “seguidores de Cristo” estariam recebendo um “preparo espiritual para passar pelos momentos de aflição”. A base usada para alimentar este ensino, é extraído de Levítico 1.9 onde se lê: “A sua fressura, e as suas pernas lavar-se-ão com água…” outros textos que também são usados juntos a este são: Filipenses. 4.18; Hebreus.13.16. Logo essa teoria também não tem nenhum apoio bíblico porque a oferta de Lv. 1.9 tratava-se de oferta específica ao Senhor, e o holocausto era de “gado ou ovelhas” e não de crentes salvos em Cristo (Lv. 1.2-3). Outro sim, o termo que aparece na passagem de levítico é: “… suas pernas…” e não “os pés”. Isto é, a ordem bíblica é para lavar somente os pés. (Jo. 13. 10-11).
Conclusão:
Em João 13.7, Jesus fala para Pedro a respeito de obedecer sem que haja questionamento: “o que faço não o sabes tu agora, mas tu saberás depois”. Nunca devemos interpretar as verdades bíblicas valorizando o uso da razão: “tu lavas-me os pés a mim? (Jo. 13.6). O evangelho não se entende, contudo se crê “… loucuras para os que perecem…” (l Coríntios. 1.18). Se a cerimônia do lava-pés não fosse algo praticável, logo as declarações de Jesus em João 13.14, 15 não teriam mísero sentido: “… assim como eu fiz façais vós também…”
Quero deixar claro que entendo segundo a bíblia que o lava-pés acontece entre a ceia pascoal e a memorial, logo deveria ser praticada antes da ceia memorial e não após como é feito nos dias atuas nas igrejas em Obra de Restauração, se é restauração precisa restaurar.
Quero deixar claro que entendo segundo a bíblia que o lava-pés acontece entre a ceia pascoal e a memorial, logo deveria ser praticada antes da ceia memorial e não após como é feito nos dias atuas nas igrejas em Obra de Restauração, se é restauração precisa restaurar.
1 comentários:
Excelente artigo irmão Daniel. Aprendi muito com este texto. Algo que me chamou muito atenção foi a parte que você escreveu "ora, se era um costume, por que não lavar?!, Isto é, se era verdadeiramente um ato costumeiro Pedro jamais teria agido de forma tão perplexa, pois já estava acostumado lavar os pés de Jesus." Muito boa explicação, realmente agora posso dizer que entendi esta ordenança.
Obrigado, DEUS o abençoe.
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