Para muitos o Movimento de Restauração teve seu inicio em 1962, mas isso não é uma verdade de fato.
Para entender melhor sobre Restauração da Igreja leia o conteúdo abaixo, com carinho e paciência.
Alguns tentam falar sobre Restauração sempre citando os devaneios de Magno Guanães Simões, como se o inicio de Restauração tivesse ocorrido em 1962, mas não é essa a verdade de fato.
Se Olharmos para o erros humanos ou inicio de caminhada não poderíamos nem sermos cristãos, afinal a bíblia é cheia de erros dos antigos e é exatamente por isso que sou cristão, pois o Eterno não escondeu os erros humanos.
Eu poderia começar dizendo que todos que criticam a
Restauração ao citarem textos bíblicos parecem que se esqueceram que a maioria
das bíblias foram traduzidas por Jerônimo
e João Ferreira de Almeida, eu poderia usar este argumento para dizer que: Como
um cristão pode criticar a Restauração se a bíblia que ele usa em sua igreja
foi traduzida por um católico? Mas não usarei este ardil, é apenas uma reflexão.
O outro ponto é simples, quantos sermões feitos sobre a vida de Davi, Salomão entre outros que cometeram um monte de erros, mas fazem parte de citações de muitos se esquecendo que o Eterno usou até o Faraó, sem falar na mula.
Em suma o Eterno usa quem quer, como quer e quando quer.
O outro ponto é simples, quantos sermões feitos sobre a vida de Davi, Salomão entre outros que cometeram um monte de erros, mas fazem parte de citações de muitos se esquecendo que o Eterno usou até o Faraó, sem falar na mula.
Em suma o Eterno usa quem quer, como quer e quando quer.
Por / Daniel Alves Pena
Restauracionismo é a postura histórico-teológica presente em denominações cristãs que acreditam que o cristianismo histórico apostatou em algum ponto de sua existência, sendo necessário restaurar o cristianismo primitivo da era apostólica.
Movimentos primitivistas incluem os hussitas, anabatistas,
inseridos no contexto da Reforma Radical, os puritanos têm sido descritos como
exemplos de restauracionismo. A Reforma Radical foi uma resposta do século XVI
em que se acreditava ser tanto a corrupção na Igreja Católica Romana e do
movimento de expansão do Magistério Protestante liderado por Martinho Lutero e
muitos outros. Começando na Suíça, da Reforma Radical nasceu muitos grupos
anabatistas em toda a Europa. Movimentos como o Mormonismo, o Adventismo e as
Testemunhas de Jeová procuravam restabelecer uma igreja visível e restaurada
conforme novas perspectivas de seus líderes.
Embora a presença do restauracionismo seja prevalente no
seio protestante, há instâncias católicas de restauracionismo, como a Igreja
Vétero-Católica e o Sedevacantismo.
Pressuposto
histórico-teológico
A perspectiva de restauração procura restaurar tudo que Jesus
Cristo havia estabelecido, porém fora perdido com a Grande Apostasia, diferente
do Protestantismo magisterial oriundo da tentativa de reforma da Igreja
Católica Romana.
O historiador de teologia Steven L. Ware define
"restauracionismo é um complexo de idéias que, implícito e comum a todo o
Protestantismo (...) é essencialmente sinônimo de primitivismo." Algum tipo
de corrupção teria acontecido no cristianismo e os ensinos dos apóstolos teriam
sido influenciados por práticas pagãs.
Também o restauracionismo é chamado de primitivismo cristão.
"O primitivismo persiste em um envolvimento mínimo da ação de Deus na história
(que se restringiria à vida de Cristo e geralmente ao I século da atividade
apostólica) e assim coloca a Igreja do Novo Testamento no I século como modelo
para a prática contemporânea."
Adicionalmente, igrejas de origem norte-americana referem-se
a si mesmas especificamente como Restauracionista ou Movimento Restauracionista
Stone-Campbell, sendo as principais denominações a Igrejas de Cristo, os
Discípulos de Cristo e os Cristadelfianos.
Todavia, muitos adeptos da doutrina restauracionista não se identificam
como protestantes, católicos ou ortodoxos, mas sim com a igreja primitiva. Em
contrapartida, vários protestantes se vêem como continuidade ininterrupta,
histórica ou marginal (como os batistas landmarkistas), do cristianismo
primitivo.
Contraste com outras
doutrinas
Outras doutrinas sobre a história da Igreja são a doutrina
da sucessão apostólica e o Sucessionismo Marginal. Na doutrina da sucessão
apostólica, adotada pela Igreja Católica Romana, Igreja Anglicana e Igreja
Ortodoxa, a legitimidade denominacional é fundada na sucessão do clero.
Enquanto no Sucessionismo Marginal, defendido pelo Landmarkismo, o cristianismo
puro teria sobrevivido à história através de grupos pequenos e marginais,
normalmente tidos como hereges.
Grande Apostasia
A doutrina restauracionista prega que durante a história
houve uma Grande Apostasia no Cristianismo. Para alguns, ocorreu em um período
específico, como após a morte do último apóstolo de Cristo, ou o reinado de
Constantino, enquanto para outros, como protestantes em geral, a apostasia se
implantou gradativamente e a longo prazo durante os séculos da era cristã.
História da doutrina Restauracionista
Restauracionismo na Europa Continental
Durante a Idade Média movimentos populares como os
valdenses, franciscanos, hussitas pretendiam restaurar a simplicidade do
cristianismo original, vontade expressa nas profecias de Joaquim de Fiori.
A própria Reforma foi baseada em uma ideologia
restauracionista. Lutero proclamava em
seu O cativeiro babilônico da Igreja o fim de uma era de
corrupção e retorno ao cristianismo neo-testamentário. Heinrich Bullinger
defendia que as idéias dos reformadores não eram novidade, mas sim doutrinas
olvidadas ou corrompidas.
Todavia, a reforma magisterial (Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo) via-se uma continuação do cristianismo histórico, aceitando a validade dos canônes dos primeiros concílios ecumênicos e a literatura patrística desde que estivessem de acordo com as Escrituras. O ideal era reformar a Igreja, rejeitando práticas e doutrinas corrompidas, mas manter práticas que, mesmo não estando presente na Bíblia, não estivesse em oposição a ela.
Todavia, a reforma magisterial (Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo) via-se uma continuação do cristianismo histórico, aceitando a validade dos canônes dos primeiros concílios ecumênicos e a literatura patrística desde que estivessem de acordo com as Escrituras. O ideal era reformar a Igreja, rejeitando práticas e doutrinas corrompidas, mas manter práticas que, mesmo não estando presente na Bíblia, não estivesse em oposição a ela.
Diferente dos reformadores magisteriais e partindo a uma
postura que primou ser chamada de Reforma Radical os anabatistas, socinianos
e schwelkenfelders rejeitaram
qualquer necessidade de continuação histórica, mas sim restaurar suas
perspectivas do cristianismo primivito. Para eles o ideal seria reconstruir a
igreja primitiva, praticar somente o que fosse mencionado nas Escrituras, sem
necessidade de aderir aos preceitos históricos dos concílios e literatura
patrística.
Mesmo entre os reformadores radicais a doutrina
restauracionista não foi muito popular, a partir do século XVII a perspectiva
histórico-teológico preferida foi a da sucessão secreta ou marginal. Essa
doutrina emergiu baseada em escritos de Thieleman
que retratava os mártires do
cristianismo e a perseguição dos anabatistas,
e Gottfried Arnold que argumentava
que ao longo da história do cristianismo houve grupos marginais tão legítimos quanto
as igrejas estabelecidas.
Restauracionismo Anglo-Americano
No século XIX houve a ressurgência da doutrina
restauracionista nos Estados Unidos e Inglaterra. Nesse último país o pastor
presbiteriano Edward Irving proclamava uma restauração espiritual do
cristianismo primitivo, enquanto John Nelson Darby e outros irmãos de Plymouth
pretendiam restaurar um cristianismo simples e adenominacional, usando uma
interpretação dispensacionalista da história.
Nessa época, durande o Segundo Grande Despertar nos Estados
Unidos emergiram movimentos restauracionistas, primeiro na fronteira agrícola
na região dos Apalaches, onde os Campbell e Barton Stone pregavam um
cristianismo não-credal e sem barreiras denominacionais. Posteriormente
movimentos como o Mormonismo, o Adventismo e as Testemunhas de Jeová procuravam
restabelecer uma igreja visível e restaurada conforme novas perspectivas de
seus líderes.
Pentecostalismo
Quanto ao movimento pentecostal, possuía uma concepção
restauracionista em sua origem e via o batismo no Espírito Santo, manifesto na
glossolalia, como prova da restauração do cristianismo primitivo.
Ambrose J. Tomlison,
pioneiro pentecostal e fundador da Igreja de Deus, Cleveland e da Igreja de Deus da Profecia, via a história do cristianismo
como um desenrolar de restaurações movidas por Deus: a justificação pela fé de
influência Luterana, a conversão pessoal e/ou pietismo Wesleyano, o movimento
de Santidade metodista que culminaram no estabelecimento de suas igrejas em
1903, com a manifestação das novas línguas.
A pregadora Aimee McPherson pregou um sermão alegórico em
1917 cuja função do pentecostalismo seria restaurar o poder carismático do
cristianismo primitivo.
Nos anos 1950 surgiu o movimento de "chuva tardia" que se via
como uma última dispensação restauracionista de dons e cura divina. Um dos
expoentes desse movimento foi William
Marrion Branham.
Dentro do pentecostalismo surgiu o movimento apostólico,
pregando a restauração do ofício do apóstolo no cristianismo contemporâneo. O
termo também é utilizado por grupos mais recentes, descrevendo o objetivo de
restabelecer o cristianismo na sua forma original, como alguns
Restauracionistas Carismáticos antidenominacionais, que surgiram na década de
1970 no Reino Unido14 15 e em outros lugares.
Uma instância brasileira de restauracionismo é o movimento
chamado Obra de
Restauração, que surgiu entre batistas no Rio de Janeiro na década
de 1960.
Outros
A descoberta da biblioteca de Nag Hammadi no Egito fez com
que vários textos gnósticos se tornassem públicos e movimentos neognósticos
surgiram pregando que o cristianismo neo-testamentário tenha sido uma forma
corrupta que reprimiu o cristianismo gnóstico.
Entre grupos teosóficos e místicos há duas correntes
principais quanto à história teológica. Uns acreditam em um conhecimento
transmitido secretamente através dos séculos, enquanto outros vêem uma
restauração de um conhecimento perdido há tempos, como o caso da Igreja Cristã
Primitiva.
Doutrinas e Práxis
Os diversos movimentos restauracionistas visam objetivos
distintos para restauração: Escrituras perdidas ou não corrompidas (mórmons,
neognósticos, movimento do Nome Sagrado; eclesiologia (movimento de
Stone-Campbell, Irmãos de Plymouth, pentecostalismo apostólico, Igreja Nova Apostólica);
rito (anabatismo, Zwinglianos); espiritualidade (Glossolalia religiosa no
Pentecostalismo e Irvinismo); ou a Igreja como instituição remanescente (Igreja
Adventista do Sétimo Dia, Igreja de Deus da Profecia)
Puritanismo
O puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma. Segundo o pensador francês Alexis de Tocqueville, em seu livro A Democracia na América, trata-se tanto de uma teoria política como de uma doutrina religiosa.
O adjetivo "puritano" pode designar tanto o membro
deste grupo de calvinistas rigoristas como aquele que é rígido nos costumes,
especialmente quanto ao comportamento sexual (pessoa austera, rígida e
moralista).
A Revolução Puritana foi um movimento surgido na Inglaterra
no século XVII, de confissão calvinista, que rejeitava tanto a Igreja Romana
como o ritualismo e organização episcopal na Igreja Anglicana.
As críticas à política da Rainha Isabel partiram de grupos
calvinistas ingleses, que foram denominados puritanos porque pretendiam
purificar a Igreja Anglicana, retirando-lhe os resíduos de catolicismo, de modo
a tornar sua liturgia mais próxima do calvinismo.
Desde o início, os puritanos já aceitavam a doutrina da
predestinação. O movimento foi perseguido na Inglaterra, razão pela qual muitos
deixaram a Inglaterra, em busca de outros lugares com maior liberdade
religiosa. Um grupo, liderado por John Winthrop, chegou às colinas da Nova
Inglaterra na América do Norte em abril de 1630.
As origens
calvinistas do puritanismo
Quando Calvino ainda vivia em Genebra iniciou-se um conflito
entre os partidários da casa de Sabóia (católicos) e os confederados (protestantes),
que deram mais tarde origens aos grupos huguenotes na França.
A variante calvinista do Protestantismo seria bem sucedida
em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os
Afrikaners), Inglaterra, Escócia e EUA. Dando origem a vários segmentos que
mudaram profundamente a história da humanidade. Calvino se opôs à Igreja
Católica e aos Anabatistas.
O calvinismo inglês estavam descontentes com a Reforma na
Inglaterra, que não teria sido suficientemente radical e romperam com a Igreja
Anglicana por continuar a realizá-la.
Com os ideais iluministas, e a doutrina de Calvino, os
primeiros protestantes ingleses se tornaram um grupo tipicamente conservador.
Os puritanos não se
desenvolviam na Inglaterra
O surgimento do puritanismo está ligado às confusões
amorosas do rei Henrique VIII (1509-1547) e à chegada do protestantismo
continental à Inglaterra. O movimento puritano, em seus primórdios, foi
claramente apoiado e influenciado por João Calvino (1509-1564), que a partir de
1548 passou a se corresponder com os principais líderes da reforma inglesa. Em
1534 foi promulgado o Ato de Supremacia, tornando o rei “cabeça supremo da
Igreja da Inglaterra.” Com a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão,
sobrinha de Carlos V, o rei Henrique VIII e o Parlamento inglês separam a
Igreja da Inglaterra de Roma, em 1536, adotando a doutrina calvinista apenas
por comodismo. A Reforma, então, teve início na Inglaterra pela autoridade do
rei e do Parlamento. No ano de 1547, Eduardo VI, um menino muito enfermo,
tornou-se rei.
A Reforma protestante avançou rapidamente na Inglaterra,
pois o Duque de Somerset, o regente do trono, simpatizava-se com a fé
reformada. Thomas Cranmer, o grande líder da Reforma na Inglaterra, publicou o
Livro de Oração Comum, dando ao povo a sua primeira liturgia em inglês. Maria Tudor,
católica romana, tornou-se rainha em 1553. Assessorada pelo Cardeal Reginald
Pole, em 1554 ela restaurou a sua religião.
Em 1555, intensificou a perseguição aos protestantes. Trezentos
deles foram martirizados, entre eles, o arcebispo de Cantuária, Thomas Cranmer
(canonizado pela Igreja Anglicana), e os bispos Latimer e Ridley. Oitocentos
protestantes fugiram para o continente, para cidades como Genebra e Frankfurt,
onde absorveram os princípios doutrinários dos reformadores continentais.
Elizabeth I ascendeu ao trono aos 25 anos em 1558, estabeleceu o “Acordo
Elisabetano,” que era insuficientemente reformado para satisfazer àqueles que
logo seriam conhecidos como “puritanos.”
Em seguida, promulgou o Ato de Uniformidade (1559), que
autorizou o Livro de Oração Comum e restaurou o Ato de Supremacia. Em 1562,
foram redigidos os Trinta e Nove Artigos da Religião, que são o padrão
histórico da Igreja da Inglaterra, e a partir de janeiro de 1563, foram
estabelecidos pelo Parlamento como a posição doutrinária da Igreja Anglicana.
Em torno de 1567-1568, uma antiga controvérsia sobre vestimentas atingiu seu
auge na Igreja da Inglaterra. A questão imediata era se os pregadores tinham de
usar os trajes clericais prescritos. A controvérsia marcou uma crescente
impaciência entre os puritanos com relação à situação de uma igreja “reformada
pela metade.”
Thomas Cartwright, professor da Universidade de Cambridge,
perdeu sua posição por causa de suas pregações sobre os primeiros capítulos de
Atos, nas quais argumentou a favor de um cristianismo simplificado e uma forma
presbiteriana de governo eclesiástico. A primeira igreja presbiteriana foi a de
Wandsworth, fundada em 1572.
Em 1570, um pouco antes deste evento, Elisabete foi
excomungada pelo Papa Pio V. A morte de Elisabete ocorreu em 1603, ela não
deixou herdeiro. Apenas indicou como seu sucessor James I, filho de Maria
Stuart, que já governava a Escócia. Quando o rei foi coroado, os puritanos, por
causa da suposta formação presbiteriana do rei, inicialmente tiveram esperança
de que sua situação melhorasse. Para enfatizar sua esperança eles lhe
apresentaram, quando de sua chegada em 1603, a Petição Milenar, assinada por cerca de
mil ministros puritanos, em que pediam que a igreja anglicana fosse
completamente “puritana” na liturgia e administração.
Em 1604, encontram-se com o novo rei na conferência de
Hampton Court para apresentar seus pedidos. O rei ameaçou “expulsá-los da
terra, ou fazer pior,” tendo dito que o presbiterianismo “se harmonizava tanto
com a monarquia como Deus com o diabo”. Carlos I, opositor dos puritanos, foi
coroado rei, em 1625. Já em 1628, William Laud tornou-se bispo de Londres (em
1633 foi nomeado Arcebispo de Cantuária) e empreendeu medidas severas para
eliminar a dissidência da Igreja Anglicana. Ele buscou instituir práticas
cerimoniais consideradas “papistas,” além de ignorar a justificação pela fé,
por causa de suas ênfases pelagianas, oprimindo violentamente os puritanos e
forçando-os a emigrarem para a América.
Em 1630, John Winthrop liderou o primeiro grande grupo de
puritanos até a Baía de Massachusetts e, em 1636, foi fundado o Harvard
College. Laud tentou impor o anglicanismo na Escócia, só que isto degenerou num
motim que serviu para aliar puritanos e escoceses calvinistas. Em 1638, os
líderes escoceses reuniram-se numa “Solene Liga e Aliança” e seus exércitos
marcharam contra as tropas do rei, que fugiram.
No ano de 1640, o Parlamento restringiu o poder do rei Carlos
I. As emigrações para a Nova Inglaterra estacionaram consideravelmente. A
Assembleia de Westminster, assim chamada por reunir-se na Abadia de
Westminster, templo anglicano de Londres, foi convocada pelo Parlamento da
Inglaterra em 1643 para deliberar a respeito do estabelecimento do governo e
liturgia da igreja e “para defender a pureza da doutrina da Igreja Anglicana
contra todas as falsas calúnias e difamações.”
É considerada a mais notável assembleia protestante de todos
os tempos, tanto pela distinção dos elementos que a constituíram, como pela
obra que realizou e ainda pelas corporações eclesiásticas que receberam dela os
padrões de fé e as influências salutares durante esses trezentos anos.
A Assembleia de
Westminster
A Assembleia de Westminster caracterizou-se não somente pela
erudição teológica, mas por uma profunda espiritualidade. Gastava-se muito
tempo em oração e tudo era feito em um espírito de reverência. Cada documento
produzido era encaminhado ao parlamento para aprovação, o que só acontecia após
muita discussão e estudo. Os chamados "Padrões Presbiterianos"
elaborados pela Assembleia foram os seguintes:
1. Diretório do Culto Público: concluído em dezembro de 1644
e aprovado pelo parlamento no mês seguinte. Tomou o lugar do Livro de Oração
Comum. Também foi preparado o Saltério: uma versão métrica dos Salmos para uso
no culto (novembro de 1645).
2. Forma de Governo Eclesiástico: concluída em 1644 e
aprovada pelo Parlamento em 1648. Instituiu a forma de governo presbiteriana em
lugar da episcopal, com seus bispos e arcebispos.
3. Confissão de Fé: concluída em dezembro de 1646 e
sancionada pelo Parlamento em março de 1648.
4. Catecismo Maior e Breve Catecismo: concluídos no final de
1647 e aprovados pelo Parlamento em março de 1648.
Como consequências do auxílio dos escoceses, as forças
parlamentares derrotaram o rei Carlos I, que foi decapitado em 1649.
O comandante vitorioso, Oliver Cromwell, assumiu o governo.
Porém, em 1660, Carlos II subiu ao trono e restaurou o episcopado na Igreja da
Inglaterra. Teve início nova era de perseguições contra os presbiterianos.
Na Escócia, a Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana
adotou os Padrões de Westminster logo que foram aprovados, deixando de lado os
seus próprios documentos de doutrina, liturgia e governo que vinham da época de
John Knox. A justificativa era o desejo de maior unidade entre os
presbiterianos das Ilhas Britânicas. Da Escócia, esses padrões foram levados
para outras partes do mundo.
Consequências
O puritanismo não conseguiu substituir as estruturas de
plausibilidade que o anglicanismo ofereceu à nação inglesa. As estruturas
sociais anglicanas permaneceram. Apenas para uma pequena e influente minoria
esta situação não era satisfatória, e esse grupo era o dos puritanos, que travaram
vigorosas e infrutíferas batalhas com o governo político-religioso da
Inglaterra. Em todos esses eventos, o apoio de Calvino foi influente na
tentativa de levar sua doutrina a uma nação cujos laços com Roma haviam sido
cortados apenas pela vaidade de um Rei.
A doutrina calvinista é hoje largamente professada entre os
fiéis anglicanos, e nela sobraram apenas traços da liturgia do catolicismo.
Muitos dos puritanos fugiram para países como os EUA, onde
introduziram o Presbiterianismo oriundo da reforma calvinista da Igreja da
Escócia.
Reforma Radical
A Reforma Radical foi um movimento religioso do século XVI.
Tratou-se de uma resposta para tanto a corrupção na Igreja Católica quanto a
reforma magisterial expansiva promovida pelo Protestantismo de Martinho Lutero
e vários outros. Começando na Alemanha e na Suíça, a reforma radical deu origem
a vários grupos protestantes radicais pela Europa.
Origens
Nem todas as teses de Lutero foram aceitas por pessoas que
abraçaram a Reforma Protestante. Em razão disso, acontece a Reforma Radical, ou
seja, as igrejas protestantes desejavam "voltar às raízes" (daí o
termo radical). Estes consideram insuficientes a separação da Igreja Católica,
e buscavam ter uma igreja independente e autônoma. Podemos citar destes, três
principais movimentos:
Os anabatistas
Os espirituais ou
espiritualistas (também conhecidos como Radicais Místicos, pequenos grupos
informais seguidores de Sebastian Franck e Caspar Schwenkenfelder)
Os racionais
antitrinitários (ou Radicais Socinianos Racionalistas)
Dentre esses, os anabatistas eram os mais influentes dos
reformadores radicais. Eles se espalharam por toda a Europa e ficaram
conhecidos como Menonitas.
Os Hussitas
O termo hussita ou Igreja hussita e (ou talvez ussiti) define
a um movimento reformador e revolucionário que surgiu na Boêmia, no século XV.
O nome vem do teólogo boêmio Jan Hus. O movimento mais tarde se juntou a
Reforma Protestante.
No Concilio de Constança, Jan Hus foi condenado e executado
em 16 de julho de 1415. Hus manteve uma posição muito crítica perante ao poder
eclesiástico, posições muito próximas às de John Wyclif e os Valdenses,
opiniões que influenciaram Martinho Lutero.
Os hussitas foram divididos em dois grupos: os moderados
utraquistas e os radicais Taboritas (da cidade de Tábor no sul da Boêmia). Em
1420, após a morte do rei Venceslau, chegou-se ao acordo sobre um programa
comum: os Artigos de Praga, que exigiam ao poder real o reconhecimento de:
Comunhão sob as
duas espécies (os comulgantes deveriam comer a hóstia e beber vinho)
A liberdade de
pregação
A pobreza da
Igreja
A punição dos
pecados mortais sem distinção da posição de nascimento do pecador
O rei Sigismundo da Hungria, irmão de Venceslau, se recusou
a aceitar suas exigências, de modo que os Taboritas se revoltaram causando as
Guerras Hussitas (1419-1436). Conduzidas pelo seu líder e Jan Žižka e Procópio,
o Grande, lutaram e conseguiram as vitórias de Zizkov (1420), Pankrac (1420),
Kutna Hora (1422), Usti (1426) e Tachov (1427). O taboritas foram derrotados em
Lipany em 1434 pelos moderados, que se aliaram com os católicos. Após o
Concílio de Basileia e as conversações de Praga foram aceitas as Compactata (30
de novembro de 1436).
Em meados do século XV, após a morte do jovem rei Ladislau,
o Póstumo da Hungria e Boêmia, em 1457, o regente Jorge de Poděbrady de
inclinações hussitas se coroou como o rei dos tchecos e enganou os bispos da
Hungria, a quem havia prometido converter-se para o catolicismo. Após isso, o
Papa Paulo II apelou a uma cruzada contra os hereges hussitas e o Rei Matias
Corvino da Hungria respondeu enviando seus exércitos contra Podiebrad. Assim,
em 1468 os exércitos húngaros, liderado por Blas Magyar e sob o comando de
guerreiros como Paulo Kinizsi atacaram a Boemia, mas finalmente só conseguiu
conquistar os territórios da Morávia e Silésia para o Rei Matias. Em 1469, as
forças do rei húngaro forçaram o rei Checo a renunciar seu trono, após o qual,
imediatamente Matthias fez-se coroar como rei da Boêmia em 3 de maio daquele
ano. Podiebrad sugeriu aos nobres Checos que escolhessem Vladislav Jagiello, o
filho do rei da Polônia como seu sucessor, em vez do húngaro, mas isso não
aconteceu. Com a morte do unico rei hussita, Podiebrad em 1471, finalmente acabou
a "ameaça" para a Boêmia e seus sucessores serão todos católicos.
A maioria dos hussitas da Boêmia foram influenciados, no
século XVI, por Lutero. Os taboritas mais ardentes entraram na Igreja Morava.
Os Anabatista
Anabaptistas ("re-batizadores", do grego ανα
(novamente) + βαπτιζω (baptizar); em alemão: Wiedertäufer) são cristãos
sectários do Anabatismo, a chamada "ala radical" da Reforma
Protestante. São assim chamados porque os convertidos eram baptizados em idade
adulta, desconsiderando o batismo da Igreja Católica Apostólica Romana. Assim,
re-baptizavam todos os que já tivessem sido baptizados em criança, crendo que o
verdadeiro baptismo só tem valor quando as pessoas se convertem conscientemente
a Cristo.
Origem
O primeiro uso do termo Anabatistas ocorreu após o Segundo
Concílio de Cartago no ano 225 quando 87 bispos sob a direção de Cipriano de
Cartago decidiram rebatizar os fiéis das igrejas adeptas Novaciano, porém o o
bispo da Igreja Católica, Papa Estêvão I combateu a aceitação do batismo feito
por grupos cismáticos.
Em primeira instância, os grupos que realizavam o
re-baptismo eram os adeptos do Montanismo e Novacianismo até o séc.IV, os
seguidores do Donatismo até o séc.X na África, os Paulicianos condenados pelo
código justiniano pelo anabatismo em 525 d.C., os Bogomilos nos Balcãs e
Bulgária do século IX. Esses grupos não aceitavam os sacramentos das igrejas
estabelecidas e não necessariamente criam em batismo em batismo de crentes
adultos.
O anabatismo moderno surgiu durante a Reforma Protestante do
século XVI. A Reforma, baseada nos princípios de justificação pela fé e do
sacerdócio universal, levaram ao desenvolvimento da doutrina de adesão
voluntária do crente à Igreja. Contudo, enquanto Lutero, Calvino e Zuínglio
mantiveram o baptismo infantil e a vinculação da igreja ao Estado, os
anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz ansiavam
por uma reforma mais radical.
Os anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21
de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça. Perseguidos na Suíça, o
movimento espalhou pelo sul da Alemanha, Vale do Reno, Caríntia e
Países-Baixos. Somente grupos pacifistas dos anabatistas sobreviveram, como os
organizados por Menno Simons nos Países Baixos e hutteritas no Tirol, organizado
por Jacob Hutter em um grupo comunal que ainda existe nos Estados Unidos. Os
Amish nasceram dentre os Mennonitas e os Dunkers são frutos do encontro entre
anabatismo e o pietismo.
É difícil sistematizar as crenças anabaptistas daquela
época, porque qualquer grupo que não era católico ou protestante e que batizava
adultos, como os unitários socinianos ou místicos como Thomas Muentzer eram
rotulados como anabatistas. Esses grupos, junto com os Anabatistas constituem a
Reforma Radical.
Em "In nomine Dei", José Saramago retrata um
conhecido episódio na história do movimento anabatista que teve lugar na cidade
de Münster (no norte da Alemanha), onde entre 1532 e 1535 foi estabelecida uma
teocracia nas linhas das orientações desta denominação. Ver a Rebelião de
Münster.
Migrações e
perseguições
Católicos e Protestantes perseguiram os anabatistas,
recorrendo à tortura e execução na tentativa de conter o crescimento do
movimento. Os protestantes sob Ulrico Zuínglio foram os primeiros a perseguir
os anabatistas, com Felix Manz tornando-se o primeiro mártir em 1527. Em 20 de
Maio de 1527, autoridades da Igreja Católica Romana executaram Michael Sattler.
O rei Fernando declarou afogamento (chamado "terceiro batismo") o
melhor antídoto para Anabaptistas. O regime de Tudor, mesmo aqueles que eram
protestantes (Eduardo VI de Inglaterra e Isabel I de Inglaterra) perseguiu os
anabatistas por eles serem considerados demasiado radicais e, portanto, um
perigo para a estabilidade religiosa.
A perseguição de anabatistas foi permitida pelas leis
antigas do Teodósio I e Justiniano I proferidas contra os donatistas. Tais leis
decretaram a pena de morte para qualquer um que praticasse o rebatismo.
O
"Espelho dos Mártires", por Thieleman J. van Braght, descreve a
perseguição e execução de milhares de anabatistas em várias partes da Europa
entre 1525 e 1660. A
continua perseguição na Europa foi largamente responsável pelas grandes
emigrações à Rússia e América do Norte por Amish, hutterites e mennonitas.3
Anabaptistas Hoje
Depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os
Anabaptistas sobreviveram na sua forma pacifista, como a Igreja Mennonita.
Originalmente concentrados no vale do rio Reno, desde a Suíça até a Holanda, os
anabaptistas conquistaram adeptos de cultura germânica. Perseguidos pelo Estado
e guerras, tiveram imigração em massa para a Rússia e América do Norte. No
final do século XIX e começo do XX surgiram colónias na América do Sul
(Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia), onde mantêm suas culturas e fé.
Muitos Anabaptistas conservadores vivem em comunidades
rurais isoladas e desconfiam do uso de tecnologia.
Os principais remanescentes anabaptistas são: os hutterites,
mennonitas, amishes, cuja postura em muito se assemelha ao estilo de vida dos
cristãos descrito no Novo Testamento, especialmente em Atos dos Apóstolos
4:34,35 (pacifismo, comunalismo na produção e consumo).
Os Anabaptistas influenciaram ainda outras denominações
religiosas, como os Quakers; Baptistas; Dunkers; a Congregação
Cristã e outras denominações protestantes que afirmam
a necessidade de uma adesão voluntária à Igreja.
Ainda nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São
Paulo, a Igreja Pentecostal Anabatista tem suas igreja sedes e filiais. A
Igreja Pentecostal Anabatista tem como Igreja Matriz a que se encontra no
centro de Duque de Caxias, RJ. O pastor Walter da Costa Nunes é o presidente e
o pastor Laércio Pacheco Magalhães é o pastor vice presidente.
Fonte / Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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